A amamentação beneficia a saúde da mãe e do bebê, afirma ginecologista do Hapvida

Na semana das mães, a ginecologista Elis Akami fala sobre a importância do leite materno

A amamentação beneficia a saúde da mãe e do bebê, afirma ginecologista do Hapvida

O leite materno é o primeiro alimento que um bebê deve ingerir após o nascimento, devido a sua composição nutricional produzida nas glândulas mamárias. A amamentação é uma prática natural e que traz benefícios para a saúde do bebê e da mãe. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que deve ser o alimento exclusivo até os seis meses de vida da criança.

Considerado o alimento perfeito para os bebês, apresenta uma composição balanceada que não necessita do acréscimo de outros alimentos. Proteínas, carboidratos e lipídios estão presentes no leite humano, bem como anticorpos, substâncias antimicrobianas, anti-inflamatórias e enzimas.

A ginecologista Elis Akami, do Grupo Havida NotreDame Intermédica, afirma que as mães que amamentam se recuperam do parto mais rápido e facilmente. O hormônio chamado ocitocina, liberado durante a amamentação, acelera o útero a retornar ao seu tamanho original e pode reduzir os sangramentos pós-parto. Além disso, acelera a perda do peso ganho durante a gestação e reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio.

“Doenças cardiovasculares, como o infarto, são prevenidas. A amamentação melhora a mineralização óssea, por isso, se você amamentar, estará menos sujeita a ter osteoporose e fraturas em idade mais avançada. Além disso, o aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de pós-parto garante o espaçamento das gravidezes, pois tem efeito contraceptivo”, ressalta Elis.

O principal hormônio envolvido na biossíntese do leite é a prolactina, cuja concentração aumenta em resposta ao estímulo da amamentação. Este estado de hiperprolactinemia faz com que o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) mantenham-se em níveis inferiores à normalidade. Com isso há um certo efeito anticonceptivo.

“Para garantir a eficácia do método, é fundamental obedecer a algumas regras: o bebê deve ter até 6 meses, o aleitamento deve ser exclusivo, a mulher não deve estar menstruando. Nas nutrizes amenorreicas, a eficácia é cerca de 98% e nas nutrizes com menstruações presentes, o índice de falha é de 27,2 gravidezes em 100 mulheres/ano. Ou seja, assim que a mulher menstruar, deve usar outro método, pois esse perde a eficácia”, explica Akami.

Mitos
Existem muitos mitos. O principal deles é que amamentar deixaria a mama flácida, porém isso não é totalmente verdade. A mulher que já tem a mama flácida pode ter realmente uma piora. Isso se deve mais em decorrência das condições genéticas da mãe, do que da amamentação em si; não é um fenômeno que atinge todas as mulheres após a amamentação.

Outro mito recorrente é do ‘leite materno fraco’. O leite materno é o único alimento completo do mundo, capaz de ser a fonte exclusiva de nutrientes de um ser humano. Há duas situações que levam a esse entendimento errôneo. A primeira é que a produção pode ser pouca para saciar a fome do bebê e, então, a mãe acredita que seu leite seja fraco. A segunda é que o bebê não consiga mamar adequadamente e, por isso, chore de fome, já que não se alimentou corretamente.

“A mulher pode se preparar com muita informação desde o pré-natal. E hoje a gente tem ainda a consultoria de aleitamento, então essa mulher precisa saber o que vai acontecer, como proceder em cada caso e, principalmente, ter uma rede de apoio importante para ajudá-la”, conclui a ginecologista.