'A ordem é acelerar', diz ministra Nísia Trindade sobre apoio às regiões afetadas pela seca
"A ordem é acelerar ao máximo”, declarou a ministra Nísia Trindade, sobre os processos dentro do Ministério da Saúde para apoio e assistência às regiões afetadas pelas queimadas, estiagem e sexta extrema, em razão da emergência climática. Nesta quinta-feira (26) ela se reuniu com os secretários de saúde da região Norte do país para ampliar o diálogo sobre a realidade local e as necessidades em cada estado. “Não há desassistência no sistema de saúde, mas há pontos de preocupação. Vamos acelerar a tramitação de recursos, equipes e estrutura, porque não queremos chegar à falta de atendimento”, complementou.
Somente no mês de setembro, o Ministério da Saúde liberou mais de R$ 4 milhões para municípios da região Norte, com foco na resposta à emergência em saúde pública. Segundo o secretário de Atenção Primária, Felipe Proenço, a procura por atendimento nas Unidades Básicas de Saúde mais do que dobrou em algumas localidades do país. “O aquecimento global está ultrapassando limites previstos para 2050, então não é uma questão do futuro. É uma questão do presente. Estamos trabalhando por recursos extraordinários para dar respaldo a essa assistência. A emergência que estamos vivendo indica a necessidade de adaptar ações e pensar novas soluções, para além dos recursos financeiros. É por isso que estamos construindo conjuntamente”, constatou a ministra.
Durante a reunião, os secretários de saúde deram destaque para as populações que estão ficando isoladas, como indígenas, quilombolas e ribeirinhas, em razão da seca dos rios e a dificuldade logística e de acesso. Em atenção às vulnerabilidades dessas comunidades, a Força Nacional do SUS tem atuado nos estados do Acre, Rondônia e Amazonas, além do estado do Mato Grosso, dando suporte para enfrentamento das crises de saúde decorrentes das queimadas e da seca.
Também participaram do encontro representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR).
Missão Seca Extrema: atuação da Força Nacional do SUS
No Acre, a Força Nacional do SUS realizou visitas técnicas nas populações rurais ribeirinhas e nas aldeias indígenas dos DSEI Alto Rio do Purus e Alto Rio do Juruá. No Amazonas, as equipes do Ministério da Saúde constataram que a falta de chuvas prolongada tem causado a redução severa no nível dos rios, afetando não apenas a navegação fluvial, mas também o abastecimento de alimentos, água potável e medicamentos em várias regiões isoladas.
Por conta da crise hídrica, em Rondônia, o meio de transporte aéreo torna-se a única solução viável de garantia de acesso para pessoas, equipamentos, medicamentos e produtos para saúde. A Força Nacional do SUS, juntamente com a Secretaria de Saúde Indígena, visitou os municípios mais afetados das regiões de Madeira Mamoré e Vale do Jamari, e se reuniu com o Dsei Vilhena. Foi realizado sobrevoo de Porto Velho a Guajará-Mirim para verificar o impacto das queimadas na região. Um sobrevoo à aldeia Laje Velho, na Terra Indígena Igarapé-Laje, que enfrenta problemas de escassez hídrica, também foi realizado.
Campanha de mobilização e orientação sobre medidas preventivas
Nesta quinta-feira (26), o Ministério da Saúde também ampliou a campanha "Se tem fumaça, tem que ter cuidado", com o objetivo de alertar a população e gestores de saúde sobre os riscos que a poluição do ar representa para a saúde pública. A iniciativa inclui um conjunto de peças de comunicação para TV, internet, mídias externas, além de programação em rádios e anúncios em carros de som, buscando alcançar o máximo de pessoas em áreas críticas.
A campanha na TV e rádio será exibida a partir desta sexta-feira (27). Além disso, o Ministério da Saúde disponibilizou uma página dedicada ao tema, onde a população pode encontrar orientações sobre os cuidados com a saúde e como se proteger durante o período de queimadas. A ideia é mobilizar a sociedade para adotar medidas preventivas e reduzir os impactos à saúde provocados pela exposição à fumaça.
Sala de Situação para Emergências Climáticas
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, coordena, ainda, a Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas, promovendo uma gestão integrada de resposta.
Em colaboração com estados e municípios, a secretaria monitora a situação do país e apoia ações para reduzir os impactos de eventos climáticos extremos na população, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, como gestantes, crianças, idosos, trabalhadores a céu aberto e pessoas com comorbidades.
Técnicos especializados estão trabalhando nas pautas de vigilância em saúde do trabalhador, vigilância de desastres, água e ambiente. As ações da Sala de Situação estão de acordo com a construção do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, que está ocorrendo em âmbito nacional sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente.
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