Adaf apoia força-tarefa de educação sanitária para evitar entrada de praga altamente destrutiva em bananeiras

Programação promovida pelo Mapa acontece na capital amazonense de quarta a sexta-feira (23 a 25/11)

Adaf apoia força-tarefa de educação sanitária para evitar entrada de praga altamente destrutiva em bananeiras

Manaus vai receber uma “força-tarefa” de educação sanitária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que está percorrendo a região Norte com a finalidade de impedir a entrada no país da fusariose em bananeiras, uma praga com potencial altamente destrutivo. No Amazonas, a programação tem apoio da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado (Adaf) e inclui palestras e atividades em campo, de quarta a sexta-feira (23 a 25/11).

Estarão na capital amazonense o engenheiro agrônomo e fitopatologista da Superintendência Federal de Agricultura de São Paulo (SFA-SP), Wilson da Silva Moraes, e a auditora fiscal do Mapa, Juliana do Amaral.

Na quarta-feira, Wilson e Juliana irão ministrar palestra gratuita sobre a fusariose da bananeira – Raça 4 Tropical, para alunos de graduação e pós-graduação. O evento será às 16h30, no auditório da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A palestra será aberta a alunos de graduação e pós-graduação de todas as Instituições de Ensino Superior, não sendo necessário se inscrever antes do evento.

Na ocasião, será apresentado o material de divulgação que pode ser utilizado pelos atores da cadeia da banana, com o objetivo de levar mais esclarecimentos sobre a praga aos agentes da Defesa Agropecuária federal e estadual, da Extensão Rural, produtores rurais e população em geral.

“Nossa programação envolve uma apresentação do Plano Nacional de Prevenção e Vigilância da Fusariose da Bananeira – Raça 4 Tropical. Essa doença chegou no Peru e na Colômbia, em 2021, e existem suspeitas na Bolívia e Venezuela. Portanto, trata-se de uma praga quarentenária ausente, que está na fronteira, na iminência de entrar”, destaca o engenheiro agrônomo.

Na quinta-feira (24/11) e na sexta, a atividade terá como público-alvo servidores da Adaf que atuam na região metropolitana da capital amazonense, além de bananicultores e da comunidade rural. O treinamento prático acontecerá na quinta, das 8h às 11h30, no auditório da Agência, e na sexta, das 13h às 17h, com atividade de campo no município de Rio Preto da Eva.

As palestras que integram a programação irão abordar Identificação, Sintomatologia, Disseminação, Controle e Cuidados com a Fusariose em Bananeira; e Metodologia do livro “Diálogos Para prevenção da Raça 4 Tropical da Fusariose em Bananeira”.

Servidores da Adaf que atuam nos municípios de Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e no Distrito de Novo Remanso devem participar da capacitação. Juliana ressalta que o relacionamento com os técnicos e produtores deve ser estreitado a partir das atividades, para que o diálogo permaneça aberto.

“A proposta é que depois das atividades educativas presenciais, nós continuemos falando sobre esta praga em grupo de WhastsApp formados com os agricultores, de uma forma bem didática, promovendo um diálogo horizontal”, afirma.

Wilson e Juliana vão percorrer Estados do Norte em uma força-tarefa de educação sanitária na região de fronteira, onde o fungo tem iminência de entrar. Além do Amazonas, eles passarão por Roraima, Rondônia e Acre.

Ameaça a cadeia produtiva

Considerada uma das doenças mais destrutivas da bananeira no mundo, a fusariose representa um perigo para toda a cadeia produtiva da banana devido à ineficiência de medidas curativas e da ausência de variedades resistentes à doença, que afeta, principalmente, as variedades do tipo Nanica e Terra, além da bananeira Prata e Maçã.

A praga quarentenária ainda é ausente no Brasil, mas já está presente na Colômbia e no Peru, o que aumenta o risco de ingresso da doença no país. dificuldade de remoção do fungo do solo, depois da sua contaminação, pode inviabilizar seu uso para outros cultivos, tornando-se um dos grandes desafios da defesa agropecuária para impedir o ingresso da praga no território nacional.

Sintomas

O fungo causador da fusariose afeta as bananeiras ao penetrar pelas raízes da planta, atingindo o caule subterrâneo, as bainhas das folhas, colonizando e obstruindo os vasos condutores de seiva, impedindo a passagem de água e nutrientes para a parte aérea da bananeira.

A orientação dos órgãos de defesa agropecuária federal e estadual é que ao observar estes sintomas, o produtor isole a área e avise, imediatamente, a Adaf ou a Superintendência Federal de Agricultura do Amazonas (SFA/AM) para que um fiscal agropecuário colete amostras, utilizando equipamentos adequados e tendo todo o cuidado e segurança necessários para não contaminar outras plantas ou locais, e as encaminhe para um Laboratório Federal de Defesa Agropecuária que analisará o material.

Alerta fitossanitário

Desde que o Organismo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) emitiu, em 2015, um alerta fitossanitário sobre o risco da fusariose, o Mapa vem implementando ações preventivas e de vigilância nos pontos de ingresso do Brasil e nas áreas de produção de banana.

O monitoramento da doença atende ao Plano Nacional de Prevenção e Vigilância para Foc R4T, e é realizado pelas Superintendências Federais de Agricultura e pelos Órgãos Estaduais de Defesa Vegetal.

A adoção de boas práticas agrícolas nas propriedades, o uso de mudas de qualidade, e manter os equipamentos livres de solo são algumas das medidas que auxiliam a reforçar este trabalho preventivo.

 

Com informações da assessoria de imprensa