Cid reclama de prisão e diz que ficará em silêncio na CPI dos atos golpistas

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid chegou para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, às 9h

Cid reclama de prisão e diz que ficará em silêncio na CPI dos atos golpistas

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), chegou por volta das 8h45 ao Congresso Nacional para prestar depoimento, nesta terça-feira (11/7), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. A presença de Cid era aguardada para a semana passada, mas, em meio ao esforço concentrado da Câmara dos Deputados, as sessões foram adiadas.

Em fala inicial, Cid afirmou que fará uso do silêncio.

“Sem qualquer intenção e desrespeitar vossas excelências e os trabalhos com os docentes, considerando a minha inequínda condição de investigado por orientação da minha defesa e com base na ordem do habeas corpus concedido em meu favor pelo Supremo Tribunal Federal, farei uso do meu direito constitucional ao silêncio. Agradeço a atenção de todos. Obrigado”, disse.

O recurso do STF foi deferido pela ministra Cármen Lúcia em 26 de junho. A corte determinou que o coronel é obrigado a prestar depoimento à CPMI. Ele pode ser acompanhado por advogados e tem o direito de ficar em silêncio para não responder a perguntas que o incriminem.

A sessão para ouvir o coronel estava marcada para começar às 9h, mas teve início de fato, às 9h25.

Ao chegar na comissão, às 10h36, Mauro Cid prestou continência ao presidente da CPI, deputado Arthur Maia (PP-BA). A continência é a saudação militar e a principal maneira dos membros das forças armadas e de outras instituições militarmente organizadas e uniformizadas manifestarem respeito e apreço perante os seus superiores, pares, subordinados e símbolos.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso em 3 de maio na Operação Venire, que apura suposto esquema de fraudes nos cartões de vacinação. Mauro Cid é considerado uma das peças-chaves para as investigações sobre os ataques do 8 de Janeiro.

Com o colegiado de volta aos trabalhos, Mauro Cid deve explicar sobre as mensagens divulgadas pela Polícia Federal (PF) em que é sugerido um golpe de Estado após as eleições presidenciais do ano passado, que resultaram na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Depoimento obrigatório

Em 26 de junho, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o coronel é obrigado a prestar depoimento à CPMI. Ele pode ser acompanhado por advogados e tem o direito de ficar em silêncio para não responder a perguntas que o incriminem.

O comparecimento de Cid na Comissão é fruto da aprovação de vários requerimentos de convocação, de autoria dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE), Ana Paula Lobato (PSB-MA), Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado, e do senador licenciado Marcos do Val (ES).

Há também requerimentos dos seguintes deputados: Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG), Rubens Pereira Júnior (PT-MA), Erika Hilton (PSOL-SP), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Com informações do Metrópoles