Dentistas recém-formados na ESA têm maior inserção no mercado de trabalho

Empresas e poder público estão priorizando egressos da UEA

Dentistas recém-formados na ESA têm maior inserção no mercado de trabalho
O jovem se dedicou para passar no vestibular da faculdade pública porque ouvia de amigos que as chances de arrumar emprego seriam maiores se formasse na ESA/UEA - Foto: Divulgação

Manaus - Iury Martins formou no ano passado e já está atuando como cirurgião-dentista. O egresso da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) não teve dificuldade para conseguir o primeiro emprego. “Eu queria uma profissão da área de saúde com chance de empreender. Em 2020, formei em Odontologia e, em fevereiro deste ano, ingressei na Marinha como dentista”, celebra o jovem natural de Apui, município localizado a 455 quilômetros de Manaus.

O jovem se dedicou para passar no vestibular da faculdade pública porque ouvia de amigos que as chances de arrumar emprego seriam maiores se formasse na ESA/UEA. “Para participar do processo seletivo do serviço militar era obrigatório ser formado pela UEA, não havia outra opção. Além disso, várias clínicas priorizam a formação nesta faculdade para contratar o profissional”, explicou Iury.

A Marinha não é a única força armada que exige no edital apenas egressos do curso de Odontologia exclusivos da UEA. No processo seletivo para o serviço militar obrigatório do ano passado da 12ª Região Militar, que abrange os estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, só poderia participar candidatos dentistas que tivessem concluído o curso na Universidade do Estado do Amazonas.

Boa nota no Enade

A explicação para a valorização da formação de dentistas pela ESA/UEA pode estar na nota do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos. Nas últimas duas avaliações, que são trianuais, o curso de Odontologia da UEA obteve a nota 4.

Anteriormente, a nota era 3. A melhora no nível de desempenho dos alunos partiu de uma reestruturação interna e de um esforço hercúleo da coordenação do curso. “Criamos uma comissão de professores que se dedicou para tirar dúvidas, reforçar assuntos, realizar simulados. No dia da prova, os professores também  ficaram ao lado dos alunos, estimulando e tranqüilizando”, explicou o coordenador do curso de Odontologia da ESA/UEA, Evandro Bronzi, que atuou junto com a professora Myrian Sales para elevar o nível de resultados.

A boa nota do Enade tornou o curso referência nacional. No site Infoenem, infoenem.com.br/as-39-melhores-faculdades-de-odontologia-do-brasil, o curso da UEA está inserido na lista das 39 melhores de faculdades de Odontologia do país. É o único citado em toda a região Norte.
 
Inserção no mercado

A turma de formandos de Iury era composta de 16 alunos, 10 já estão no mercado de trabalho. A taxa de inserção de mais de 62% não é uma unanimidade entre as demais faculdades de Odontologia do estado. “Tenho amigos que fizeram o curso em outros lugares e estão até hoje desempregados. Se eu não tivesse cursado Odonto na UEA não teria tido a oportunidade de entrar na Marinha e nem teria conseguido uma sócia tão rápido para abrir uma clínica”, avaliou Iury.
Uma pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) com 8.465 pessoas formadas de todos os Estados entre 2019 e de 2020 mostrou que apenas 14,87% delas conseguiram trabalho na área de atuação em até três meses de formados. Em pesquisa anterior, que contemplou o período de 2014/2018, a parcela era de 27,02%.

 

Com informações da F5 Comunicação