Filme ‘Narradores do Canumã’ conta história de comunidade que reside no interior do Amazonas

Filme ‘Narradores do Canumã’ conta história de comunidade que reside no interior do Amazonas

Localizada no município de Borba (distante 151 quilômetros de Manaus), a comunidade do Canumã e seus habitantes são o foco principal do longa-metragem “Narradores do Canumã: a comunidade conta sua história”, que estreia nesta quinta-feira (30/01), às 18h30, no Salão Nobre da Escola Estadual Nossa Senhora do Rosário, localizada na própria comunidade do Canumã.

A obra audiovisual aborda a cultura canumaense e o cotidiano das comunidades ribeirinhas no Canumã. A partir de narrativas construídas pelos próprios moradores, os narradores falam sobre suas vivências, cotidiano, desafios e perspectivas para o Canumã”, conta o roteirista Christopher Rocha.

O filme foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo, sob chamamento público para ações na área do Audiovisual do Conselho Estadual de Cultura do Amazonas, executada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

FOTOS: Divulgação / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Como surgiu a obra

A obra cinematográfica é fruto da pesquisa de mestrado do produtor Christopher Rocha, que por sua vez, escolheu a própria comunidade Canumã como seu campo etnográfico. Seu desejo era apresentar à academia a riqueza de saberes do povo canumaense. “Eu cresci indo ao Festival do Jaraqui, e em conversas com meu coletivo de produtores, decidi que faria um filme sobre o Canumã”, compartilhou o autor.

Foram selecionados 13 narradores que atuam nas mais diversas áreas no Canumã, como pescadores, sacerdotes católicos, professores, artistas e mobilizadores culturais do Festival do Jaraqui. Entre os personagens, destaca-se a figura de vovó Zuzuca, que presenciou as mudanças e o crescimento da região ao longo do século XX até os dias atuais.

“Buscamos mostrar a beleza que é o Rio Canumã e toda sua extensão, sua biodiversidade. Andar com equipamentos pelas ruas mobilizou toda criançada que nos seguia e ficava curiosa com as câmeras e drones”, relembra Christopher.

Valorização da cultura local

A principal mensagem que o filme deseja passar ao público é a valorização da cultura da população local. “É um convite para retomarmos o orgulho de sermos Borbenses e Canumaenses, e reforçarmos a importância da preservação da nossa soberania, que está nas águas e nas florestas”, ressalta o autor.

FOTOS: Divulgação / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

O filme também destaca a retomada do Festival do Jaraqui, um patrimônio cultural do Canumã, e a necessidade de mais assistência e políticas públicas voltadas para as comunidades locais da região.

Sessão exclusiva

O filme será lançado em uma sessão exclusiva na comunidade Canumã, seguido de exibições na sede do município de Borba. Após isso, estará disponível gratuitamente no YouTube e no Telegram do autor. A obra também fará parte do Núcleo de Antropologia Visual da Ufam, que está sendo reestruturado pelo Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia, integrando o catálogo de filmes etnográficos.

O autor

Christopher Rocha, de 27 anos, é produtor cultural, escritor, diretor e roteirista, atualmente cursando o mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas. Natural de Borba e graduado em História pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Christopher está concluindo sua pesquisa voltada para antropologias e etnografias audiovisuais na Amazônia. Este é o segundo filme que ele dirige e roteiriza, além de ter produzido o curta “Comida de Voduns: Adimu de Ewa”. O jovem escritor também está desenvolvendo uma nova websérie, que será lançada ainda este ano.