Banda ‘Maria vem com as outras’ mobiliza mulheres para o combate às violências no período do Carnaval

Com o tema “Meu corpo não é sua folia!”, a banda foi organizada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e viabilizada pela Sejusc

Banda ‘Maria vem com as outras’ mobiliza mulheres para o combate às violências no período do Carnaval

Manaus - Com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), a banda de Carnaval “Maria vem com as outras” chegou a sua 11ª edição, na quarta-feira (15/02), no Largo de São Sebastião. A festa reuniu entidades, organizações e militantes para alertar a população sobre as violências contra as mulheres no período carnavalesco, que se intensifica nesta semana.

Com o tema “Meu corpo não é sua folia!”, a banda foi organizada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), viabilizada pela Sejusc. O evento contou, ainda, com a presença de órgãos vinculados à rede de proteção da mulher, como a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Neste ano, a banda Mistura Tropical embalou com marchinhas famosas e músicas brasileiras. A titular da Sejusc, Jussara Pedrosa, destacou a tradição e a importância de mais uma edição da banda.

“Essa é a banda que, praticamente, abre o Carnaval. É uma banda que enfatiza o combate à violência contra a mulher, à violência doméstica, que deve ser feito, na verdade, todos os dias, mas hoje basicamente, é um marco, é o estopim de entrada disso”, disse a secretária.

Segundo Jussara, a Sejusc já tem atuado no Carnaval e a ação chega para reforçar as outras frentes de trabalho. “A Sejusc vai atuar de forma educativa e pedagógica, todos os tipos de combate à violência, não só contra a mulher. Hoje, nós estamos tratando do tema contra a mulher, mas também temos ações para crianças e adolescentes, vai ter em relação aos idosos”, lembrou.

Durante a “Maria vem com as outras”, foram realizadas abordagens educativas e apresentação da rede de serviços da Sejusc para as mulheres em situação de violência.

A presidente do Cedim, Dôra Brasil, destacou o principal papel da banda neste período. “A banda alia entretenimento e conscientização sobre o respeito à mulher em qualquer ocasião. Durante o carnaval, há uma tendência da mulher ter o seu corpo desrespeitado e aqui cumprimos o papel de fazer um apelo”, destacou.

Rede de proteção

Para a realização da banda, são mobilizados diversos órgãos do Estado que compõem a rede de proteção às mulheres. A titular da Seas, Kelly Patrícia Paixão, reforçou o apoio da assistência social nesse trabalho.

“O Governo do Estado está apoiando o Cedim. É justamente uma forma educativa para mostrar às pessoas que o Carnaval é um lugar para se divertir, é para se divertir em família, ou seja, não é para ter abuso, não é para ter violência. Afinal de contas, a gente tem que cuidar dos nossos e esse é papel, tmbém é da assistência social, cuidar das mulheres”, destacou.

Além dos órgãos municipais e estaduais, o evento mobilizou entidades e movimentos sociais como a União Brasileira de Mulheres (UBM). A representante do Amazonas da UBM, Eriana Azevedo, falou sobre a importância das ações de comunicação para o público no período carnavalesco.

“Uma banda que teve origem da ideia do movimento social, quando se instituiu o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, a gente entendeu que precisava comunicar num período de alegria e de festa, mas que também haviam muitas ocorrências de assédio, que hoje a gente sabe que não é assédio, é importunação sexual, então a gente precisava comunicar, nesse período, que ‘não, é não!’, que passou do não vira importunação e que é crime”, complementa Eriana Azevedo.

Eriana falou, ainda, do orgulho em participar do evento que há 11 anos tem se mobilizado para uma pauta tão importante. “A gente aproveita esse momento para também mandar o nosso recado, que é um recado de toda a sociedade. Essa é uma luta. O fim da violência contra a mulher é uma luta que não só das mulheres, é uma luta de toda a sociedade e nós do movimento social nos sentimos muito orgulhosos de estar aqui presentes hoje”, disse.

 

Com informações da assessoria de imprensa